Ela decidiu abortar numa clínica de Los Angeles e realizou um aborto salino. Uma solução com sal é injetada no ventre materno e o bebé bebe-a, ficando queimado por dentro e por fora. Nesse tipo de aborto o bebê é expelido morto em 24 horas; mas eu sobrevivi.
O Aborcionista não estava de serviço quando eu vim ao mundo porque se isso tivesse acontecido ele tinha-me estrangulado, algo que era considerado perfeitamente legal até 2002. A unica pessoa preocupada comigo foi a enfermeira. Ela chamou uma ambulância e fui transportada para o hospital. Fui colocada numa incubadora. Não se esperava que eu sobrevivesse.
Mas sobrevivi.
Devido a ter estado 18 horas sem oxigênio sendo queimada viva no ventre da minha mãe, fiquei com problemas.
Não me conseguia mover por mim mesma e os médicos afirmavam que eu iria viver num estado vegetativo o resto da vida.
A minha mãe adotiva- Penny – decidiu que, não obstante aquilo que os médicos afirmavam, ela tentaria recuperar-me. Com 3 anos e meio comecei a conseguir andar. Foi quando a filha de Penny me adotou.
Tenho 28 anos e trabalho como música em Nashville, Tennesse. Ainda coxeio e por vezes caio, mas já participei numa maratona e irei participar para o ano numa maratona, em Londres, para jovens deficientes.
A minha mãe adotiva falou-me do meu passado.
Sempre senti que havia algo que faltava contar. Perguntava-lhe muitas vezes por que tinha problemas e ela respondia-me que eu havia nascido prematura. Aos 12 anos perguntei-lhe de novo e ela disse-me o que havia acontecido. Eu respondi que tinha este problema devido a um fato interessante. A minha mãe adotiva disse-me que eu, em vez de ficar amargurada deveria alegrar-me por ter sobrevivido.
Quando eu tinha 17 anos a minha mãe adotiva encontrou-se com a minha mãe biológica e disse-lhe que eu a perdoava. Sou cristã. Acredito que a revolta nos pode consumir a vida. A minha mãe adotiva amou-me tanto que eu não sinto necessidade de me encontrar com a minha mãe biológica.
Não sei muito do que se passou no encontro entre elas. Só sei que a minha mãe biológica não pediu perdão e fez outro aborto depois do meu.
Comecei a falar contra o aborto quando tinha 14 anos e falarei na Câmara dos Comuns. Eu penso que é importante mostrar o que aconteceu comigo, não só para mostrar a verdade do aborto, mas também para mostrar as potencialidades que cada um de nós tem dentro de si.
Não creio que o assassinio seja um direito. Sou completamente contra o aborto, seja em que circunstância for, mesmo em casos de violação. Embora a violação seja um crime horroroso, não deve ser a criança a pagar por esse crime. De fato encontrei-me com pessoas produto de violações e elas estão gratas por estar vivas.
Se o aborto é um direito das mulheres, quais são os meus direitos?
Não existiam protestos feministas contra o fato de os meus direitos estarem a ser violados no dia em que fui queimada viva. Todos os dias agradeço a Deus.
Não me considero um monte de células nem um dos nomes que se costumam dar ao que a mulher carrega no seu ventre.
Hoje um bebê é um bebê quando isso convém. Mas quando não convém, quando não chega no momento certo, é chamado de um monte de células.
Um bebê é chamado de bebê quando um aborto não provocado ocorre aos 2 , 3 ou 4 meses. Um bebê é chamado de monte de células quando um aborto ocorre aos 2, 3 , ou 4 meses. Eu não vejo diferença entre os 2.
Acredito que sou prova viva de que o aborto é o assassinio de um ser humano. A minha Mãe biologica, há 28 anos, estava convencida de que tinha direito de escolher, de que tinha direito a uma escolha que só afetaria a ela. Mas em cada dia da minha vida eu carrego as consequêcias da sua escolha. Embora eu nada tenha contra ela, acho importante as pessoas refletirem antes de tomarem determinadas decisões.
Giana Jessen, sobrevivente de um aborto
Revista “O Pão da Vida”, janeiro de 2008
Comunidade Católica Pantokrator
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